Pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência. Esses são os lemas que norteiam o trabalho dos profissionais da Folha de S.Paulo, o jornal de maior credibilidade do país. Outras características da Folha são a preocupação com o didatismo e a insatisfação com o produto, o que alimenta uma crise permanente na busca por fazer um jornal sempre melhor para o leitor. Nascida em 1960, com a fusão de três outros jornais do Grupo Folha (Folha da Manhã, Folha da Tarde e Folha da Noite), a Folha adotou ao longo dos anos uma série de inovações. Na área tecnológica, o jornal foi o pioneiro na impressão offset em cores no Brasil, o primeiro a utilizar computadores na redação e a criar um banco de dados digital. Na parte editorial, passou a dividir a cobertura em cadernos específicos, para facilitar a leitura e poder tratar com mais profundidade assuntos como política, economia, cultura, o noticiário local, internacional e esportes. Na relação com o leitor, foi o primeiro jornal brasileiro a adotar a figura do ombudsman, em 1989. Outra marca da Folha é a transparência nessa relação com os leitores. Desde 1991, o jornal publica uma seção diária em que corrige seus erros de informação. Desde 1985, divulga documentos que explicitam seus procedimentos e estabelecem suas prioridades editoriais. O último Projeto Editorial, de 1997, intitulado "Caos da informação exige jornalismo mais seletivo, qualificado e didático", enfoca as mudanças no trabalho dos jornalistas diante de um mundo em que as pessoas são bombardeadas o dia todo por informações via rádio, TVs, internet, noticiário em celular etc. O texto afirma que o jornalista enfrenta "uma exigência qualitativa muito superior à do passado" e que precisa refinar "sua capacidade de selecionar, didatizar e analisar". "A utilidade dos jornais crescerá se eles conseguirem não apenas organizar a informação inespecífica, aquela que potencialmente interessa a toda pessoa alfabetizada, como também torná-la compreensível em seus nexos e articulações, exatamente para garantir seu trânsito em meio à heterogeneidade de um público fragmentário e dispersivo", diz o projeto.